Manifesto dos docentes da FAU-USP em favor da legalidade e da democracia

Na qualidade de profissionais e docentes de Arquitetura, Urbanismo e Design da FAUUSP comprometidos com cidades e sociedades mais justas, não podemos tolerar que nossas instituições democráticas, construídas sob décadas de lutas sociais, a começar pela Constituição de 1988, sejam desmanchadas num crescente processo de embrutecimento do país.

Nesses termos subscrevemos com nossos colegas da EACH-USP a manifestação que afirma nossa posição em defesa do Estado Democrático de Direito:

Ao mesmo tempo em que nos solidarizamos com a população indignada com as denúncias de corrupção que se sucedem há anos em nosso país, surgidas a cada nova investigação conduzida pelos poderes Judiciário e Legislativo – e que envolvem praticamente todos os principais partidos políticos – ressaltamos a importância de que o trabalho de investigação observe o devido processo legal, respeite garantias individuais e preserve as instituições e valores democráticos, tão duramente conquistados pela sociedade brasileira.

Repudiamos o enviesamento da cobertura midiática, pautada pela espetacularização dos fatos e pela tentativa de imputar culpabilidade antes das apurações e do amplo direito de defesa. Condenamos, portanto, a prática de vazamentos seletivos à imprensa  de informações relativas às investigações, os quais ao fim e ao cabo resultam no progressivo esfacelamento da imagem de nossas instituições perante a opinião pública.

Preocupa-nos o clima de convulsão social, agravado a cada minuto. A legalidade e a democracia devem ser preservadas a todo custo, e não é admissível que a mídia, organizações da sociedade civil ou os diferentes movimentos que ocupam as ruas tomem para si o exercício da aplicação da justiça.

Chamamos a atenção para o imperativo da manutenção das garantias constitucionais, para a necessidade de construção do diálogo e para a importância de que todos os agentes públicos trabalhem pela efetivação dos preceitos previstos na Carta Magna promulgada em 1988.

Assinam este documento:

  1. Alexandre Delijaicov
  2. Alvaro Puntoni
  3. Ana Barone
  4. Ana Castro
  5. Ana Lanna
  6. Angelo Filardo
  7. Antonio Carlos Barossi
  8. Antonio Carlos Sant’Anna Jr.
  9. Beatriz Rufino
  10. Caio Santo Amore
  11. Camila D’Ottaviano
  12. Catharina Pinheiro
  13. Eduardo Nobre
  14. Érica Yukiko Yoshioka
  15. Erminia Maricato
  16. Eugênio Queiroga
  17. Fábio Mariz Gonçalves
  18. Flávia Brito
  19. Flávio Villaça
  20. Francisco Spadoni
  21. Gil Barros
  22. Giselle Beiguelman
  23. Guilherme Wisnik
  24. Helena Ayoub Silva
  25. Heliana Comin Vargas
  26. Joana Mello
  27. João Meyer
  28. João Whitaker
  29. Jorge Bassani
  30. José Eduardo Baravelli
  31. José Lira
  32. Karina Leitão
  33. Khaled Ghoubar
  34. Klara Kaiser
  35. Leandro Medrano
  36. Luciana Royer
  37. Luiz Recaman
  38. Marcos Braga
  39. Maria Cecília França Lourenço
  40. Maria Cecilia Loschiavo
  41. Maria Cristina da Silva Leme
  42. Maria de Lourdes Zuquim
  43. Maria Lucia Caira Gitahy
  44. Maria Lucia Refinetti Martins
  45. Mário Henrique D’Agostino 
  46. Nilce Aravecchia Botas
  47. Nilton Ricoy
  48. Nuno Fonseca
  49. Oreste Bortolli Jr.
  50. Paula Santoro
  51. Paulo Cesar Xavier Pereira
  52. Paulo Eduardo Fonseca
  53. Rafael Perrone
  54. Raquel Rolnik
  55. Renato Cymbalista
  56. Rodrigo Queiroz
  57. Reginaldo Ronconi
  58. Rosana Miranda
  59. Shundi Iwamizu
  60. Silvio Dworecki
  61. Tatiana Sakurai
  62. Vera Pallamin
  63. Vladimir Bartalini
  64. Yvonne Mautner

Atualizado em 02/04/2016

10 comentários sobre “Manifesto dos docentes da FAU-USP em favor da legalidade e da democracia

    • Certo, se estivesse acontecendo algum fato que colocasse em perigo as instituições e valores democráticos (estiveram sim em perigo enquanto esse governo e sua base aliada sangraram a nação livremente); se houvesse “vazamento seletivo” de informações (não há, vemos gravações, documentos listas com membros de quase todos os partidos), ao contrário das divulgações devidamente autorizadas para que a população tenha consciência dos bastidores do poder corrupto; se a mídia estivesse do lado de alguém, o que vemos são alguns jornalistas tomando partido como Paulo Henrique Amorim, alguns apresentadores, humoristas, músicos… Incrivelmente aqueles que são extremamente beneficiados por leis de incentivo com verbas gordas e superfaturadas (eventualmente serão punidos tbm); se houvesse alguma tentativa de culpar antes de ser julgado, tanto não há que o impasse é gigantesco, o que não se pode é fechar os olhos para o que vem acontecendo e querer impedir a população de fazer seu juízo, que está cada vez mais confiante em nossas instituições, os que estão infelizes são os militantes, sindicalistas e cooptados; essa eventual convulsão que o governo tenta provocar à fim de decretar estado de defesa e controlar as coisas com violência, é provocada unica e exclusivamente pelos agentes e apoiadores do governo, falas de Lula, dizendo que estamos em guerra e quem tiver maior artilharia vence, conclamando o exército de stédile, falas de Dilma, declarando aos quatro cantos que um golpe está em curso (o próprio STF já afirmou que o processo de impeachment é legal, além de haver determinado seu rito), Boulos dizendo que não teremos paz se Dilma cair, Rui Falcão, dentre tantos outros…
      Enfim, as garantias constitucionais estão sendo mantidas, o diálogo está acontecendo entre os delatores e a Polícia Federal – PF, o governo não quer dialogar, nem tem o que dialogar, vai apenas ficar inflamando seus grupos de apoio e declarando o suposto golpe.

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  1. Minha indignação é vê a hipocrisia ou até a cara de pau de políticos corruptos se dizendo lutar por justiça e moralidade e ainda fico estarrecida de vê que pessoas se deixam dominar pelo ódio por pessoas ou partidos e com isso fazem prejugamentos e divulgam informações falsas que só impedem a reflexão dos fatos reais. Mais indignada ainda de vê uma mídia tendenciosa e vingativa, defendendo descaradamente seus interesses sem nenhum compromisso com a verdade dos fatos. E mais apreensiva de vê que estamos vendo a nossa democracia correndo sérios riscos em uma disputa política sem escrúpulos, onde o que jogar mais sujo vence.

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    • Certo, se estivesse acontecendo algum fato que colocasse em perigo as instituições e valores democráticos (estiveram sim em perigo enquanto esse governo e sua base aliada sangraram a nação livremente); se houvesse “vazamento seletivo” de informações (não há, vemos gravações, documentos listas com membros de quase todos os partidos), ao contrário das divulgações devidamente autorizadas para que a população tenha consciência dos bastidores do poder corrupto; se a mídia estivesse do lado de alguém, o que vemos são alguns jornalistas tomando partido como Paulo Henrique Amorim, alguns apresentadores, humoristas, músicos… Incrivelmente aqueles que são extremamente beneficiados por leis de incentivo com verbas gordas e superfaturadas (eventualmente serão punidos tbm); se houvesse alguma tentativa de culpar antes de ser julgado, tanto não há que o impasse é gigantesco, o que não se pode é fechar os olhos para o que vem acontecendo e querer impedir a população de fazer seu juízo, que está cada vez mais confiante em nossas instituições, os que estão infelizes são os militantes, sindicalistas e cooptados; essa eventual convulsão que o governo tenta provocar à fim de decretar estado de defesa e controlar as coisas com violência, é provocada unica e exclusivamente pelos agentes e apoiadores do governo, falas de Lula, dizendo que estamos em guerra e quem tiver maior artilharia vence, conclamando o exército de stédile, falas de Dilma, declarando aos quatro cantos que um golpe está em curso (o próprio STF já afirmou que o processo de impeachment é legal, além de haver determinado seu rito), Boulos dizendo que não teremos paz se Dilma cair, Rui Falcão, dentre tantos outros…
      Enfim, as garantias constitucionais estão sendo mantidas, o diálogo está acontecendo entre os delatores e a Polícia Federal – PF, o governo não quer dialogar, nem tem o que dialogar, vai apenas ficar inflamando seus grupos de apoio e declarando o suposto golpe.

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